07 setembro 2005

Venda de cadeiras, venda de indignação.

O SCB, com o novo estádio encetou uma nova modalidade de venda de ingressos para assistir aos jogos. A venda de lugares anuais, vulgo, venda de cadeiras. Nada a apontar, é uma forma de antecipar receitas, rentabilizar o estádio, fidelizar a massa associativa e aumentar a média de assistência.
Já no terceiro ano de comercialização, seria suposto que, em virtude da experiência acumulada, a venda iria decorrer sem problemas de maior e os sócios interessados iriam assim evitar uma série de contrariedades, nomeadamente as filas para adquirir ingressos, garantindo um bom lugar e conseguindo maior comodidade nos jogos.
Muitos compraram o lugar convencidos que as contrariedades habituais para assistir a jogos iriam pura e simplesmente desaparecer, e aqueles dias de azáfama e confusão, iriam dar lugar a dias de tranquilidade e descanso.
Puro engano... porque o departamento que comercializa as cadeiras, fez o favor de vender a mesma cadeira duas vezes.
Sim... por razões injustificáveis, o departamento que procede à comercialização dos lugares anuais vendeu a mesma cadeira duas vezes, originando, um rol de problemas, um rol de revolta e indignação, que facilmente imaginarão. Dezenas e dezenas de casos, com tendência a aumentar, que seriam perfeitamente evitados se os responsáveis já se tivessem apercebido que estamos no século XXI e desde há muito tempo que existem computadores e programas informáticos para o efeito, que evitariam a duplicação de vendas. É indesculpável. Não é aceitável que façam a comercialização com recursos tão rudimentares. Telas a simular as bancadas do estádio, nas paredes e etiquetas autocolantes a indicar a venda de lugares. Os computadores serviam para registar as vendas. Curioso que as telas caiam ocasionalmente, as respectivas etiquetas autocolantes apareciam no chão, e apesar das coitadas das funcionárias alertarem os superiores para a necessidade de verificação dos lugares vendidos, estes, talvez crentes em milagres, ou talvez incompetentes, pura e simplesmente ignoraram a situação. Vender...vender... era a palavra de ordem, o resto resolvia-se como calhasse, demonstrando uma enorme indiferença com os sentimentos dos associados que ficariam em óbvias e consideráveis dificuldades.
A juntar ao ramalhete, o departamento que procedeu à venda dos lugares foi incapaz de detectar os erros em tempo aceitável e na generalidade das ocasiões foram os associados que confrontados com a situação no jogo SCB - Penafiel, denunciaram a situação junto do stand de vendas, perante uma, desamparada, desprotegida e só funcionária, que teve que enfrentar um turbilhão de pessoas insensível e com vontade de descarregar a ânsia e revolta acumulada, em quem aparecesse na frente. Claro que os responsáveis não eram os funcionários, os principais responsáveis não estavam lá. Talvez estivessem nos respectivos gabinetes, talvez ocupados nas árduas, difíceis e hercúleas, tarefas diárias, e escusaram-se a dar a cara.
Naturalmente, após dias, semanas, meses, de comercialização, os lugares foram sendo vendidos. As soluções apresentadas, de recurso, não podiam satisfazer, pois na maioria dos casos, a aquisição dos lugares foi feita em conjunto. Ora se um grupo de amigos ou uma família, adquirir um conjunto de cadeiras, e houver uma situação anómala numa única cadeira, que solução o SCB pode apresentar se os lugares na área envolvente foram todos vendidos? Infelizmente, esta situação é a demonstração, inequívoca, que alguns departamentos não funcionam com o grau de profissionalismo adequado a um clube que quer crescer e deseja estar juntos dos grandes da Europa. António Salvador, por quem nutro uma enorme admiração e reconhecimento, embora não seja o responsável directo, tem que aceitar as responsabilidades intrínsecas à incumbência do cargo. Peço que reflicta e tire as devidas ilações. Não está em causa o dinheiro, está em causa os sentimentos dos associados que muito fazem pelo clube e não ficaram indiferentes e insensíveis ao apelo do Presidente em comprar lugares anuais, em quem muito acreditam e querem continuar a acreditar.

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