03 fevereiro 2017

Algumas considerações.

Sem margem para dúvidas o SCB vive momentos conturbados. Após a saída de Peseiro, a SAD contratou Jorge Simão ao Chaves muito devido ao bons resultados que este alcançou no clube transmontano. Antes do Chaves, JS esteve no Paços 1 ano e em 2014-2015 meia época no Belenenses. Antes treinou clubes de escalões inferiores. Posso dizer que JS não treinou mais que um ano as equipas que liderou. Jorge Simão Jorge Simão sem currículo de maior, a exemplo de muitos outros treinadores que alcançaram o sucesso no SCB, experimenta assim no SCB um novo desafio, que será o maior da sua carreira. José Peseiro foi despedido, o que por si revela que algo não correspondia às expectativas. Não interessa estar a dissecar as razões da saída de Peseiro, mas simplesmente concluir que algo não estava de acordo com o previamente estabelecido. Assim, posso concluir que JS apanhou um comboio a andar, apanhou um SCB com problemas... e ao aceitar a tarefa de treinar o SCB, implicitamente, aceitou a tarefa de os resolver. Com isto, pretendo dizer claramente que JS ao aceitar treinar o SCB não embarcou no desconhecido mas num clube que se sabia que tinha problemas e aceitou resolver os mesmos. Portanto o SCB iniciava uma nova etapa, deixava para trás o passado e olhava para o futuro. Na primeira conferência de imprensa, JS revelou ambição quanto baste com o objectivo dos 65 pontos. Pareceu-me que ele acredita no seu trabalho ao colocar a fasquia bem lá em cima. Se considerarmos que o SCB nos últimos 5 anos não passou dos 58 pontos temos uma percepção do objectivo e da tarefa que a equipa terá que enfrentar. Se foi uma jogada de inteligente e ambiciosa ou, pelo contrário imprudente, deixo à vossa consideração... quanto a mim agiu por impulso ou para agradar. Logo surgiram discursos e mensagens públicas criticando os jogadores. JS optou por tornar público algo que deveria ser discutido no balneário. Talvez JS quisesse marcar posição e afirmar a sua liderança ao universo braguista, todavia esquece que há um grupo de trabalho e é esse grupo de trabalho que terá que agarrar... não os adeptos ou sócios. Pareceu que temeu que lhe acontecesse o mesmo que ao Peseiro, em que apesar de resultados a contestação por parte dos adeptos foi muita... Seja qual for a sua intenção, as criticas ao grupo não deveriam passar do balneário. Isto leva a outro tema. Se o treinador é o líder, este terá sempre que o ser em comunhão com o grupo, mais concretamente com o grupo dos capitães. Para mim o capitão é uma peça fundamental para o sucesso. Muitas vezes lembramos grandes equipas e quando analisamos as mesmas, invariavelmente, encontramos grandes capitães... grandes líderes, grandes jogadores, grandes homens. São a personificação da mística. São aqueles que quase morrem quando a equipa perde. São aqueles que personificam a alma do clube e conseguem que os outros os sigam, seja para onde for... Quem são os nossos capitães? Ele decidiu enfrentar um dos capitães, um dos líderes do grupo, relegando-o para a equipa B. Será que JS pensou que a exclusão de um capitão iria passar incólume? Quem semeia ventos colhe tempestades... Jamais poderia ser um recém chegado a tomar esta decisão. Deveria ser mais comedido. Ganhar o grupo e depois eventualmente fazer reajustes. O afastamento de A.Pinto na minha opinião foi mal trabalhado... mesmo que tenha toda a razão do mundo, mesmo que seja por ordens superiores, este assunto não deveria vri para a praça pública e JS assumir a decisão. Um grupo de trabalho, além dos jogadores, equipa técnica e demais staff, é composto pela equipa directiva. No SCB, tanto quanto é possível perceber, as despesas da defesa do grupo caiem invariavelmente no treinador... noutras equipas, até por uma questão de protecção, quando existem - ou não!- queixas da arbitragem, disciplina do grupo, organização de jogos, não vemos os treinadores, vemos o Octavio Machado, o Flávio Meireles, o Rui Costa... há que proteger os jogadores, o treinador... a equipa! Penso que o SCB poderia melhorar se a gestão de alguns problemas fossem tratados e assumidos pela estrutura directiva, afinal de contas, para que estão lá? Para ultrapassar esta situação em que se encontra o SCB penso que todos deveriam fazer uma séria reflexão e tirar as devidas ilações. Mas entendam-se! Penso que todos sem excepção tem culpas no cartório, desde o presidente até aos adeptos, e penso igualmente que este clima nada augura de bom para o SCB. Com este clima de intranquilidade e conflituosidade, todos irão perder mais que aquilo que poderão ganhar. O destino, ficará traçado...não interessa que o fulano ganhe e o sicrano perca...ou ganha o grupo ou todos perdem. Não há meios termos! A diferença entre o sucesso e a mediocridade, é todos ganharem. Eu quero acreditar que além do jogador, do director ou treinador, profissionais que são, também há homens com dignidade, responsabilidade, sobriedade e acima de tudo, homens e profissionais dispostos a tudo pelo emblema que encarna o espírito, a mística, a alma braguista. Esse emblema mais que o emblema de um clube significa história, significa honra, significa o suor, o sofrimento de muitos

01 fevereiro 2017

Mercado de Inverno 2016/2017

Confesso que esperava mais do SCB neste mercado de Inverno. Não que não subscreva as contratações de jogadores como o Paulinho, Assis e o regresso de Battaglia ou mesmo de Federico Cartabia( que não conheço), não... são bons jogadores, podem acrescentar qualidade ao plantel e permitir outras soluções ao treinador. Acho no entanto que o SCB tem outras prioridades e não as colmatou, nomeadamente para a defesa onde a não contratação de um defesa lateral esquerdo e um defesa central, são para mim, as lacunas mais prementes e graves do plantel. O SCB começou a época com 2 laterais direitos( Baiano e M.Goiano), 1 lateral esquerdo(Djavan) e 4 centrais(Rosic, Velasquez, A.Pinto e R.Ferreira). Salta logo à vista que para a posição de lateral esquerdo o SCB somente tem 1 jogador. Aparentemente não haveria mal nenhum o SCB ter no plantel somente o Djavan, assim como para o eixo central, termos 4 centrais... A questão é que todos os jogadores que jogam na posição central e na esquerda são, aparentemente, muito susceptíveis a lesões. Já na época anterior, A.Pinto e R.Ferreira assim como Djavan, não puderam dar o seu contributo em muitos jogos em virtude de lesões que sucessivamente os apoquentaram. Contratamos 2 centrais que aparentemente vão pela mesma bitola. Não coloco em causa as qualidades técnicas ou a qualidade destes jogadores mas tenho que salientar que, infelizmente, devido a serem "chegados" a lesões não podemos esperar muito deles. Digo isto para mal dos meus pecados, pois gosto das características do Ricardo Ferreira assim como do Djavan... jogador que há poucos como ele, de passada larga, rápido, eficaz e desiquilibrador é um dos melhores na sua posição. Contudo faz um jogo e tem que parar 3, passe o exagero. Ou não! Se juntarmos a esta evidência o facto de no modelo de jogo do SCB, estar atribuido aos laterais o papel fundamental de canalizar e explorar o jogo quando joga pelos flancos, vemos a necessidade de termos um canhoto no plantel. No SCB, cabe ao lateral explorar o corredor e centrar... com Goiano, quando ganha a linha, o centro ou sai fraco ou tem que perder a iniciativa e organizar a jogada por terrenos mais interiores. As constantes lesões igualmente trazem rotatividade em excesso na zona central. Todos sabemos o quao importante são os centrais...é comum o adepto de futebol referir-se a certas posições como algo associado, ligado intrinsecamente, neste caso, "a dupla de centrais". Quantas duplas o SCB já experimentou? Todos sabemos importância de ganhar rotinas, seja nas marcações, seja a jogar em linha, nas compensações ou na organização ou construção. Não posso deixar de pensar neste Braga e associar a uma entrevista que li de uma responsável pela preparação de um carro de competição. Dizia ele que o carro teria que ser equilibrado, como os recursos são limitados, não é suficiente ter o melhor motor e não ter uma boa transmissão; não é coerente ter uns bons travões e e não ter uma boa suspensão. É necessário procurar a harmonia, o equilibrio... porque caso contrário, terás um carro que acelera mais os outros mas nas curvas vais ter que travar porque a suspensão é fraca, e aí, vais ser ultrapassado... No caso do SCB temos bons jogadores mas a equipa está desequilibrada, não podemos acelerar pela esquerda, não por falta de qualidade do jogador, mas porque este está adaptado. E se é verdade para alguns que a defesa é o alicerce de uma equipa, entao compreenderão a minha preocupação.