22 janeiro 2004

Show Off

Quando surgem na Comunicação Social notícias relativas à venda de jogadores por parte do SCB, a generalidade dos adeptos bracarenses ficam logo apreensivos, e a analogia ao negócio do “3 em 1” surge inevitavelmente.
Os adeptos tem a tendência de rejeitar liminarmente a venda de jogadores, porque, receiam que a equipa perca competitividade, mas também porque tem enorme afecto pelos jogadores. Assim aconteceu nos últimos dias com o Quim, que mais uma vez – para não variar - surgiu como próximo de ingressar no SLB.
O Quim é um jogador que ao longo dos anos aprendi a admirar. Tenho uma enorme admiração pelo Quim. O Quim sempre demonstrou ao longo do tempo, e provou ao mundo futebolístico- se é que tinha que provar- características notáveis como profissional de futebol, nomeadamente na posição de guarda-redes. Mas não só... como Homem, o Quim é integro, humilde e nele moram valores que muitos relegam ou esqueceram. É um exemplo para todos nós. Para mim, o Quim, é o melhor de Portugal. O Quim tem e terá sempre a minha admiração e reconhecimento.Porque desde muito novo está ligado ao clube que adoro, ele é mais que um jogador, um guarda redes. Ele faz parte daquilo que aprendemos ao longo dos anos a apreciar, a enaltecer, a gostar. Ele é do SCB, ele é "nosso"...Tenho no entanto que ter consciência que o Quim é profissional de futebol. Ele deseja de certeza outros horizontes que infelizmente o SCB não lhe pode concretizar.
Por desejar a melhor sorte do mundo ao Quim, desejo que ele alcance mais sucesso na sua carreira futebolística. Por ter por ele muito apreço, admiração, desejo que ele alcance a projecção que merece. Se ele sair um dia, esse dia será um dia triste para mim...
Óbvio que os interesses do SCB devem ser acautelados...Isso é uma condição imprescindível. Se houver hipótese de o SCB fazer negócio, e desde que o negócio seja vantajoso para todas as partes- e reafirmo mais uma vez - nomeadamente para o SCB, eu aceitarei a transferência, porque também não desejo, pelas razões acima descritas, que “cortem as pernas” ao Quim...
A transferência ou não do Quim, do Bruno Gama, ou de qualquer outro jogador, serão decisões complicadas para a SAD, nomeadamente para o António Salvador.
Infelizmente a saúde financeira do SCB não permite muitas veleidades, e a venda de jogadores, mais tarde ou mais cedo terá que acontecer.

SHOW OFF?
A propósito da hipotética saída da jovem promessa, o Bruno Gama, que alegadamente é alvo do interesse de clubes de renome mundial. Além de clubes estrangeiros, surgiu o alegado interesse do FCP e SLB,. Permitam-me questionar o seguinte: - Se o Bruno Gama enquadra-se no nível das exigências de clubes de renome mundial; do FCP, SLB; será que não tem qualidades para jogar no SCB?
Muitos jogadores oriundos da formação, nomeadamente da equipa B, tem treinado com a equipa principal. E depois as oportunidades? Será “show off”?
Porque o “nosso” mister, JF, não aposta efectivamente na formação? O sucesso desportivo e financeiro passam pela Formação, estou convicto disso. Optar por outros caminhos pode ser mais fácil, mas temo que o SCB, agrave a sua situação financeira. A SAD liderada pelo António Salvador , está a fazer um esforço enorme para cumprir com os compromissos do SCB, mas temos que ter presente que esse esforço não durará para sempre, disso podem ter a certeza.Estamos a perder tempo e a desperdiçar dinheiro, para não falar na evidente desvalorização do trabalho feito pelos dirigentes, técnicos e jogadores da formação... Como já oportunamente disse, e não me canso de dizer, nós conseguimos formar jogadores de boa qualidade; jogadores de top... Do melhor que há!Andam as equipas da formação a trabalhar, com emepnho, dedicação; dia após dia; de noite ou de dia; ao sol, à chuva; quer faça frio ou calor; com precárias condições de trabalho...
Será que esse trabalho é reconhecido?
Temos imensos jogadores nas Selecções Jovens, e são “nossos”, do SCB!
A equipa B, superiormente orientada pelo “mister” António Caldas, tem jogadores de eleição. Porque não se dão oportunidades a esses jogadores de eleição?

José Araújo
Superbraga.com/ Diário do Minho

08 janeiro 2004

Arbitragem.

Arbitragem: maus árbitros, ou maus dirigentes desportivos?
Esta época, a exemplo de outras anteriores, tem sido pródiga em polémicas, polémicas essas essencialmente devido ao trabalho dos árbitros.
O que o adepto de futebol com o mínimo de fair play pede a um arbitro é, isenção, imparcialidade, critérios uniformes. O que se passa nos relvados portugueses, algumas vezes, é tudo menos isto. Podem dizer que errar é humano, mas errar sempre para o mesmo lado é inexplicável, ou será? Quantas vezes os árbitros são o factor determinante, decisivo, do resultado final?
Má preparação, tanto técnica, como física, más condições de trabalho, “pressão“ constante, contribuem para fracas performances em campo. Se formos rigorosos com os critérios de avaliação, podemos contar os bons árbitros com os dedos das mãos, e talvez sobrem dedos...
Aparte a qualidade dos árbitros, se são bons ou fracos, para muitos intervenientes no futebol, desde o adepto até ao dirigente, muitas vezes, eles, os árbitros, servem para expiar os maus momentos. Os árbitros são os bodes expiatórios dos resultados menos bons, ou dos maus momentos das equipas, dos erros dos treinadores, dos jogadores ou da falta de concretização das equipas. Os próprios jogadores por vezes não ajudam: simulações, agressões gratuitas, virilidade excessiva.
Hoje o futebol, cada vez mais está a transformar-se numa “industria”. Cada vez mais movimenta verbas impensadas á uns anos atrás, hoje fala-se de milhões de contos, de milhões de euros, e um lugar por exemplo na Liga dos Campeões é sinónimo de receitas fabulosas, receitas que pelo montante faz sonhar qualquer gestor. Cada vez mais o futebol exige mais profissionalismo, exige mais dos dirigentes, mais dos jogadores e staff técnico. Exige gestões equilibradas, exige um planeamento empresarial. Como hoje não está somente o prestigio, a glória de um clube em jogo, é natural que as “pressões” em torno de determinados agentes sejam também maiores.
Quando existem más arbitragens- que as há - não podemos culpar unicamente os árbitros pelo mau trabalho que efectuam dentro das quatro linhas. Se a arbitragem está mal, há que responsabilizar nas devidas proporções os dirigentes desportivos, tantos aqueles que gerem o futebol nas mais altas instâncias, como os dirigentes dos clubes. No entanto, estes alheiam-se das responsabilidades que lhes estão directamente imputadas. Quem é que elege os organismos que organizam as competições, os campeonatos nacionais? Se a arbitragem está mal e não se recomenda, são eles, os dirigentes desportivos, e não os árbitros, na minha opinião, os principais responsáveis pelo actual estado da arbitragem nacional.
Vimos amiúde surgirem declarações de agentes desportivos, que lançam no ar muita suspeição em torno dos “homens de negro”. Declarações muitas vezes claras que apontam no sentido do controle dos homens do apito. Estas denuncias, ou suspeições, ferem e de que maneira a credibilidade da arbitragem, mas essencialmente a credibilidade do futebol. Assistimos quase todos os dias a dizer mal dos árbitros, das decisões da C. Arbitragem, da Liga e Federação, da APAF, e se estivermos atentos, as acusações, insinuações partem quase sempre de “meia dúzia” de “incendiários”...Curioso que é uma situação dita normal, quando de normal não tem nada.
Aproximamo-nos do EURO 2004, e seria benéfico para o futebol português que este clima de suspeição e falta de credibilidade acabasse, ou pelo menos amainasse um pouco. Urge acabar com este clima de suspeição, mas os altos dignatários do nosso futebol, pouco fazem para resolver este, chamemo-lhe problema. Reparem meus amigos, que este problema é bem antigo e continua de ano para ano. Diz-se muita coisa, mas pouca coisa se faz, será que existe verdadeira vontade de mudar alguma coisa?
Existe todos os “anos” movimentações em redor da arbitragem, mas será que não serão movimentações com o único propósito do controle da arbitragem? Os clubes procuram afincadamente esse controlo, e esse controlo a existir(???) é um óptimo meio de alcançar, ou ajudar a alcançar os objectivos propostos. Fala-se muito dos lobbies clubisticos, e quem detiver o “poder” não lhe interessa mudar coisa alguma, e os “outros” talvez aguardem a oportunidade, na penumbra, ansiosos por terem esse “poder”, e assim tomar as rédeas deste factor tão apetecível, e dizem, decisivo no futebol. Nesta “guerra de sombras” quem fica prejudicado é sempre o futebol.
Procura-se soluções; fala-se num organismo autónomo; fala-se na implantação da tecnologia para auxiliar os árbitros; fala-se na profissionalização, mas o que se pede é que acima de tudo haja responsabilização...dos árbitros, mas essencialmente dos dirigentes desportivos.
Será que vai mudar alguma coisa? Será que há vontade?
Para o bem do futebol espero que sim!!!


José Araújo
Superbraga.com/ Diário do Minho

01 janeiro 2004

ORGULHO BRACARENSE

Arraial minhoto...São João...foram expressões que ouvimos na passada Terça-feira para comparar a autêntica festa, para comparar a adesão maciça dos bracarenses, em relação à inauguração do novo Estádio Municipal de Braga(EMB). Foi na verdade um autêntico São João...Milhares e milhares de bracarenses, rumaram, apesar das contingências, dificuldades inerentes a tal evento, a Dume, a fim de assistirem ao evento por qual ansiavam à tanto tempo. Aquele dia foi para mim, e estou certo para muitos, de ansiedade, expectativa, emoção, pois afinal de contas iria ser o dia em que iria assistir à inauguração do mais importante evento dos últimos anos na vida do SCB. Iria ser o culminar de uma longa, dolorosa, paciente espera. Aparte as politiquices, o custo, as consequências, este era o momento pelo qual eu ansiava. Era um dos momentos que justificavam a razão de eu ser BRACARENSE.
Quem assistiu à festa, sim porque foi uma festa, a inauguração do EMB, tão cedo não esquecerá tal evento. Não me importou o foguetório, o espectáculo multimédia, o jogo, o jogo de cores...eu senti mais, muito mais!
Era uma cidade inteira ao rubro, estonteante, maravilhada com o aqueles momentos. Estavam ali...e desfrutavam daqueles momentos, deliciavam-se, absorviam todos os minutos que lhes proporcionavam. Participavam, queriam participar, estavam felizes. Estavam orgulhosos de serem bracarenses...Eu, senti orgulho em ser bracarense. Por momentos como este...Obrigado SCB!!!
O impulso de ir à festa foi enorme...Milhares de adeptos tinham algo em comum. Amar um clube, o SCB.
Se para muitos o SCB é um clube “pequeno”, ficou demonstrado que afinal é Enorme. É Enorme em dignidade, em humildade, em valores, que outros esquecem.
Se o SCB não tem projecção mediática, o que importa, ele vive constantemente e bem dentro do coração de todos os adeptos bracarenses.
Se o SCB é ignorado por muitos que não reconhecem o quanto importante é no desporto nacional, é todavia sempre lembrado por outros, os bracarenses que vivem, choram, riem , sentem o SCB.
Se o SCB não tem vedetas, tem, para os bracarenses, os melhores jogadores do mundo.
Ser do SCB é maravilhoso...

José Araújo
Superbraga.com/ Diário do Minho