01 fevereiro 2007

Uma questão de ordem pessoal?

Acabou a época de transferências de Inverno! Ufa! O SCB não vendeu os melhores do plantel, entre eles Madrid e Luís Filipe, jogadores que, a julgar pelos intervenientes e pela Comunicação Social, foram assediados por emblemas nacionais e internacionais. Os receios eram fundamentados. Quem conhecer o historial recente do SCB, sabe que o SCB na época de transferências de Janeiro habitualmente vende jogadores e, naturalmente, com o sonho de conquistar algo épico na mente, os adeptos do SCB sentiam que, se eventualmente saíssem jogadores, tal sonho iria ser adiado mais um ano. Óbvio que a realização de receitas extraordinárias com a venda de jogadores é imprescindível e fundamental para o equilíbrio financeiro do SCB.
Apesar do receio de vender jogadores, sempre tive a sensação, um feeling, ou que quiserem chamar, que António Salvador, não iria vender jogadores fundamentais. Porquê?
Porque esta época António Salvador, e demais administradores da SAD, ao planificar a presente temporada, implicitamente fez uma jogada pessoal.
-Ao não dar continuidade ao projecto de 3 anos encabeçado por Jesualdo Ferreira, o que para muitos foi uma surpresa, e motivou, e motiva, muito espanto e sururu, tanto dos adeptos como da Comunicação social;
-Ao manifestar publicamente a sua ambição, afirmando que pretendia uma posição melhor que o habitual 4º lugar e Carlos Carvalhal encaixava no perfil de treinador desejado;
...António Salvador, terá então que proporcionar a Rogério Gonçalves, que surpreendentemente substituiu Carlos Carvalhal, e mais uma vez foi motivo de espanto, todas as condições para que consiga alcançar os objectivos delineados inicialmente. Não conseguir o desejado mais que o insucesso de um grupo, seria o fracasso pessoal, passe a expressão, e todos lhe apontariam vilmente o dedo.
Conseguir um 3º lugar, ou melhor, no campeonato, ou ir à final no Jamor( ganhar o caneco!?) e conseguir na Taça Uefa algo inesquecível, seria na opinião geral a melhor época de sempre do SCB.
Vender jogadores imprescindíveis seria hipotecar, imediatamente, quaisquer hipóteses, ainda que cada vez mais remotas, mas não impossíveis, do SCB conseguir a melhor época de sempre.
Além de não vender, António Salvador teria que comprar. E foi o que fez. Como podem constatar no texto “Tem a palavra António Salvador”, considero que no actual plantel existem posições que estão muito aquém do nível esperado, nomeadamente, na posição de lateral esquerdo.
António Salvador, e muito bem, conseguiu neste período de transferências, colmatar algumas, não todas, lacunas no plantel, e com os reforços : Rodriguez, Diego, Andrade, Jorge Luiz e Chmiest, conseguiu fortalecer o plantel e dar-lhe maior equilíbrio. Com a inclusão de Andrade, inclusive, colmatou uma lacuna na equipa, importante que é nos dias de hoje, que é ter conseguido um excelente marcador de livres.
A não saída de jogadores importantes e, bem pelo contrário, a inclusão de muitos jogadores que poderão ser importantes para o SCB, vem provar inequivocamente que a delineação inicial não foi conseguida.
Confesso que estou bastante satisfeito com as contratações que o SCB efectuou. Um outro aspecto que devo salientar, é a entrada de jogadores com futuro promissor e vendáveis no futuro. Pode parecer um pormenor insignificante, mas se pensarem bem, concerteza concluirão o quanto importante é este factor na equipa do SCB. Ter jogadores de qualidade e vendáveis é fundamental para continuar a política actual do clube que assenta na realização de receitas extraordinárias. Conseguir receitas extraordinárias é o garante de equipas ganhadoras e competitivas. É o garante de sucesso. É o garante que o Sonho pode ser uma realidade...

2 comentários:

  1. No entanto, a saída do Carvalhal, a saída do A. Monteiro e o despedimento de R. Gonçalves são duras machadadas nessa tentativa de estabilização.
    Manter bons jogadores e reforçar a equipa para depois mudar de treinador por dá cá aquela palha não é um contrasenso?

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  2. Sim, Cardoso! terás a tua razão, no entanto não podemos esquecer que a aposta em Carlos Carvalhal, por si só, já é um contrasenso, como foi a aposta em Rogério Gonçalves. Mais...as saídas de Carlos Carvalhal e Artur Monteiro são completamente diferentes da saída de Rogério Gonçalves. Se os dois primeiros sairam por eventuais desentendimentos pessoais, o Rogério Gonçalves saiu por outras questões... AS pressionou e RG acabou por sair.

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