17 setembro 2005

Análise ao SCB.

O SCB assume-se como uma equipa que pode disputar com os 3 “G” os objectivos que usualmente estes dividem entre si.
De facto, na temporada anterior o SCB, disputou com os 3”G”, até às jornadas finais o título de campeão, claudicando somente devido a uma invulgar onda de lesões que arredaram da equipa jogadores influentes, da malfadada sorte e da nefasta arbitragem.
Apesar da saída de jogadores influentes, o SCB este ano, está mais forte e equilibrada, e bastante coesa.
Manteve a “espinha dorsal” do ano anterior e adquiriu jogadores com estatuto a quem se augura o sucesso. A administração liderada por António Salvador continua e a equipa técnica é a mesma, que a par com a já mencionada manutenção da equipa do ano anterior contribui sem margem para dúvidas para alimentar as expectativas. O sonho ganha contornos e existe a convicção que este ano pode ser o despertar... o tão desejado e esperado “Ano Braguista”.

TÁCTICA
Os jogadores da equipa do SCB conhecedores da filosofia de jogo e sistema, formam um conjunto que sabe o que quer. É uma equipa madura e ambiciosa.
Jesualdo Ferreira, ciente que o jogo tem várias fases, conseguiu incutir nos jogadores os princípios de jogo que pretendia e actualmente os jogadores do SCB, conseguem controlar e aplicar, o ritmo e velocidade que interessam, durante os 90 minutos do jogo. Os sectores habitualmente jogam juntos o que diminuiu a capacidade do adversário em organizar jogadas de perigo. O SCB é uma equipa calculista, coesa, joga inteligentemente e pela certa. Ora optando por circular a bola, movimentos laterais, guardando a bola e desgastando o adversário, ora optando por rápidas transições defesa-ataque, jogo directo e objectivo, o SCB consegue habitualmente controlar o jogo a seu bel-prazer.
O sistema habitual é o 4-3-3, com variações para o 4-5-1 quando sem bola. Ocasionalmente Jesualdo Ferreira opta por um 4-4-2 com a inclusão de Jaime a médio direito.
Em ambos os sistemas, os laterais desempenham um papel importante no municionamento da frente de ataque. Quando no sistema de 4-4-2, com Jaime na direita, o lateral direito assume especial importância porque tem como primordial tarefa flanquear o adversário, uma vez que Jaime joga por dentro, arrastando o lateral adversário consigo, abrindo assim o “corredor” para o lateral.
Nos dois sistemas, os laterais, são importantes para conseguir profundidade atacante e flanquear o jogo, para além de representarem uma percentagem significativa do caudal ofensivo do SCB.
O meio campo, joga muito junto e os aspectos tácticos assumem a importância devida. Os médios do SCB são evoluídos tacticamente. Em acções ofensivas conseguem amiúde criar desequilíbrios, incorporando-se no ataque, criando assim um leque alargado de opções atacantes. Em acções defensivas, geralmente o adversário não consegue superioridade numérica no ataque, devido à acção do médios que demonstram grande atenção às incursões adversárias e às compensações, conforme as circunstâncias do jogo. Controlam muito bem o jogo porque são inigualáveis a controlar o ritmo, a velocidade e os espaços. Cada jogador sabe o que fazer.


JOGADORES
A equipa do SCB vale mais pelo colectivo que propriamente pelo valor individual dos jogadores.
Tem dois bons guarda- redes que não sendo excelentes, são bons. Paulo Santos o habitual titular, é um guarda redes que não sendo propriamente ágil, e que tão pouco demonstra grande elasticidade, posiciona-se bem e revela grande eficácia entre os postes como a sair da baliza.

A linha defensiva é composta dos melhores elementos a jogar em Portugal. Temos, na minha opinião, os melhores laterais a jogar em Portugal, onde se destaque Jorge Luiz, considerado na época anterior o melhor lateral da Superliga. Jorge Luiz é um lateral bastante ofensivo, apoia bastante o ataque, cria constantes desiquilibrios e procura a linha de fundo para municiar os nossos avançados com centros de qualidade. Abel, é um lateral completo. Demonstra um enorme sentido táctico e é oportuno e perigoso a atacar.
A dupla de centrais habitualmente composta por Nem e Nunes, é quase intransponível. Sobriedade, segurança, boa capacidade de desarme, leitura de jogo e posicionamento, são atributos destes dois centrais que sem dúvidas se complementam. Paulo Jorge é outro excelente central que sempre que chamado à equipa corresponde distintamente.

O sector intermediário não é menos forte que a defesa.
Habitualmente o sector intermediário é composto por 3 elementos com funções que nos dias de hoje nos habituamos a chamar box-to-box.
Tem jogadores voluntariosos; tacticamente evoluídos; tecnicamente superiores e alguns com nota máxima em determinados capítulos. Quaisquer que seja a abordagem a um jogo, Jesualdo Ferreira tem médios para qualquer opção. Jaime tem uma capacidade de finta impressionante. Hugo Leal uma leitura de jogo e capacidade de passe invejável. Castanheira é voluntarioso e objectivo. Madrid, é abnegado e tacticamente excelente. Vandinho é um volante na acepção da palavra, talvez dos melhores em Portugal. Sidney deu para perceber que é uma mais valia e Filipe talvez mais que uma promessa será uma certeza e precisa de oportunidades. Rossato tem um excelente cartão de visita... Potência e colocação de remate, a par da capacidade de leitura do jogo, fazem dele um jogador a ter em conta.

No sector avançado, o SCB conta com extremos de qualidade e 3 pontas de lança. Césinha é o único esquerdino e apesar de não ser um desequilibrador nato, quando tem espaços, é imparável. Se na esquerda não abundam as opções, na direita o SCB tem 3 alternativas, todas elas válidas. Cândido Costa, que pode também jogar como médio interior direito, Davide e Luís Filipe( lateral). Cada um tem características diferentes. Se Cândido Costa destaca-se pela generosidade que emprega no jogo e raça, já Davide é evoluído tecnicamente e excelente no 1x1. Luís Filipe é polivalente, mas quando a extremo, é um extremo à “antiga”...
Os pontas de lança são João Tomás, Delibasic e Maxi Bevacqua. Se João Tomás destaca-se pela mobilidade, jogo aéreo e oportunismo, Delibasic já demonstrou que podemos contar com ele pelas mesmas razões. Maxi, apesar de não ter um bom cartão de visita, é mais uma opção válida que concerteza contribuirá, assim como os restantes colegas de equipa que habitualmente não jogam, para aumentar a qualidade de jogo e performances da equipa. As boas equipas, são aquelas que tem bons suplentes!

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