No início da semana, li na comunicação social desportiva que o Sporting estaria novamente interessado na aquisição do melhor extremo esquerdo da Superliga. Refiro-me inequivocamente a Wender.
Não liguei patavina... melhor, ligar, liguei, e no íntimo desejei que fosse tudo mentira. Desejei que fossem mais uma vez as “especulaçõezinhas” do costume... para vender jornais! Certo?
Puro engano! Afinal, desta vez, após tantos tiros no escuro e após dispararem em todas as direcções, a comunicação social acertou.
O coração dizia-me que o SCB ficaria desfalcado. As expectativas ou a convicção, em relação à presente temporada, eram elevadas porque baseava-se na conclusão simples que o SCB para almejar lutar pelo título ou pela Liga dos Campeões, precisa de reunir os melhores, e na realidade os melhores jogadores, ou dos melhores jogadores a jogarem em Portugal, pertencem ao plantel do SCB. Indiscutivelmente o Wender cotava-se com um dos melhores. Não tem o “nome” de alguns, mas isso que importa? O que realmente importa é o que consegue dentro das quatro linhas, o perfume e a arte do seu futebol, com que delicia os adeptos. São os golos, as assistências os desequilíbrios que cria. Isso sim o importante.
Se o coração ficava triste a razão dizia que talvez fosse o mais sensato uma vez que Wender tem 30 anos e terminará a época com 31... Seria como que o adiar de um problema que inevitavelmente surgiria.
A juntar a isto tudo, à que considerar a vontade do jogador. Talvez com o SCP consiga o contrato da vida dele.
Caso a verba resultante do negócio fosse proveitosa, acho que seria vantajoso para o SCB. É sempre algum dinheiro que entra, importante que é, que contribuirá certamente para o tão desejado equilíbrio orçamental. Não há insubstituíveis e o SCB tem no plantel o Césinha e o “emergente” João Pedro há espreita de uma oportunidade.
Fala-se em 1 milhão de euros. A ser assim, acho que o negócio acaba por ser vantajoso para o SCB.
A questão residiria então se a SAD iria contratar algum jogador para colmatar o lugar deixado em aberto por Wender, ou ao invés confiar nos jogadores que supra mencionei.
- Não que fosse mesmo necessário... pensei! A jogar no mesmo sistema táctico Césinha ou João Pedro seriam bastante úteis, no entanto, e em virtude do excelente plantel, Jesualdo Ferreira, poderia perfeitamente alterar o sistema táctico sem beliscar minimamente na filosofia de jogo. Embora prefira jogar com extremos, pois considero que se consegue mais profundidade, capacidade ofensiva, JF poderia optar por colocar Castanheira a médio esquerdo... adiantar Jorge Luíz... enfim, um infindável leque de opções!
Cedo se confirmou a contratação de Rossato. Afinal de contas, a SAD decidiu pedir emprestado Rossato. Mais uma alternativa para o plantel. Digo alternativa, e não substituto de Wender porque acho que Rossato não tem características de extremo... Não se pense que questiono a sua contratação, é um bom jogador, é inquestionável. O que questiono é o seu custo e a capacidade financeira do SCB, pois acho que não faz sentido contratar um jogador se eventualmente as verbas arrecadadas pela venda do Wender forem total ou quase totalmente gastas na contratação por uma época do Rossato(empréstimo). Caso as observações não tenham fundamento, então é mais um bom(excelente?!?) negócio.
As 18 horas do dia 31 aproximavam-se a passos largos e a ansiedade aumentava em igual medida, pois novamente a CS avançou com a possibilidade doutro jogador rumar a Alvalade.
João Alves voltava à baila. Com a saída de Rochemback para Inglaterra, o SCP pretendia contratar João Alves. Seria verdade? Mentira?
Foi mesmo verdade...
Como que não bastasse a saída do João Alves, a CS afiançava que Abel e Jorge Luiz poderiam também sair...
- Como??? Pensei eu! Não pode ser!
O coração estremeceu... ficou apertadinho, pequenino. A surpresa, a espanto inicial começou a dar lugar à indignação e revolta para com a SAD, pois se a CS que até então estava a “acertar”, era altamente provável que acertasse novamente, desta feita, na saída do Jorge Luiz e Abel.
Aguardei com a tranquilidade possível(se é que posso dizer tranquilidade) pelo fecho das inscrições. Foi com imensa alegria que constatei que as saídas de Jorge Luiz e Abel não se confirmaram. Continuavam a ser do SCB...
A juntar ao Wender, confirmou-se a saída do João Alves. Infelizmente saiu o João Alves...
Infelizmente? Não! Felizmente. Com toda a certeza afirmo: Felizmente...
Não que desejasse a saída do João Alves, pelo contrário é um jogador que admiro bastante mas, face ao actual plantel, a saída do João Alves foi a melhor solução para o grupo. Em todos os aspectos, desde o financeiro até o desportivo, a saída do João Alves foi a melhor solução, senão vejamos...
No sistema táctico que o SCB habitualmente apresenta, jogam 3 médio centro. O plantel tem 8 médios centro. A saber: João Alves, Madrid, Vandinho, Hugo Leal, Sidney, Castanheira, Jaime e Filipe. Todos eles de características diferentes, todos eles(ou quase) com estatuto de titulares, todos eles importantes, e alguns mesmo preponderantes na equipa. Abundam no plantel médios centro e seria imperioso a rotatividade. Mesmo que tal sucedesse não significaria forçosamente o contentamento geral. Óbvio que o SCB irá disputar a Taça UEFA e caso consiga o apuramento para fase de grupos, a rotatividade irá ser maior, mas desde quando a eventualidade de realizar mais 4 jogos é razão para manter 8 jogadores para um sector onde só podem jogar 3? Não tenho dúvidas que qualquer que fosse a opção de Jesualdo Ferreira, acabaria por “queimar” um activo do plantel.
Gostaria de abordar uma outra perspectiva. É consensual que temos muita gente para o meio campo e o descontentamento ou desconforto de alguns jogadores por não jogarem assiduamente seria altamente provável. Também concordamos que todos ou quase todos os jogadores tem estatuto de titular e são preponderantes pelas mais diversas razões, desde razões meramente desportivas até a razões inerentes ao grupo de trabalho(balneário, etc...). Então qual o jogador que deveria ser vendido? O Hugo Leal? O Madrid? O Vandinho? O Sidney? O Castanheira?
Qualquer que fosse a decisão, qualquer que fosse a “venda” de um destes jogadores, o sentimento de tristeza seria idêntico àquele que nutrimos pelo João Alves.
Pelas razões atrás expostas digo e reitero que a venda de João Alves foi a melhor solução. Está em “alta”, é uma revelação e somos detentores de 50% do passe.
Há vozes discordantes pelo facto do SCB vender a rival(?!?), reforçando-o e aumentando exponencialmente a capacidade deste conseguir os seus objectivos, que no fundo poderão significar o insucesso dos nossos que eventualmente até serão os mesmos.
Concordo parcialmente... Parcialmente porque se existe uma reciprocidade entre as partes, podemos dizer que o SCP reforçou-se mas teve custos financeiros que foram bastante proveitosos para o SCB. Quem conhece minimamente a situação financeira do SCB sabe que é imperioso o SCB arrecadar receitas extraordinárias para o equilíbrio orçamental. O SCB ainda não tem uma massa adepta suficientemente grande que lhe permita arrecadar receitas correntes suficientemente significativas para sustentar uma equipa que lute por objectivos “épicos. Refiro-me à luta pelo título ou mesmo a Liga dos Campeões. A venda deste jogadores significa, dito de outro modo, que a manutenção desta equipa está assegurada e a eventualidade de crescer desportivamente é bem plausível. Deixemo-nos de rodeios... é preciso dinheiro para ter bons jogadores. Embora muitos digam que não é assim, mas a verdade é que existe uma relação directa entre o investimento e a classificação desportiva, salvo raras excepções. O campeonato, prova de regularidade que é, é dominado pelas equipas que tem melhores jogadores, isto é, as equipas que ostentam os orçamentos mais elevados, na ordem dos 25/30 milhões de euros.
O futuro será risonho e proporcionará aos adeptos do SCB alegrias e momentos de glória.
José Araújo
PS- E claro que também fico contente pelo João Alves que concerteza viu a sua situação financeira melhorada substancialmente, pois não tenho dúvidas que o SCP tem maior capacidade financeira que o SCB. Afinal de contas o João Alves é um profissional. Dos bons, diga-se... Um profissional exemplar!
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